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História da Custódia

NOSSA HISTÓRIA...

A Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus é uma circunscrição da Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis e aprovada pelo papa Inocêncio III em 1209. Na Ordem dos Frades menores surgiram inúmeros missionários. Dentre estes, alguns foram evangelizar o sul da Itália, dando origem a diversas províncias. Um dos companheiros de São Francisco, o Beato Agostinho de Assis, fundara um núcleo que deu origem à Província Franciscana de Nápoles.

Estamos em 1945. Da notícia que nos chegou pessoalmente, ficamos sabendo que o confrade Pe Tarcísio Santoro, de Afragola, missionário por mais de dez anos na Argentina e, em seguida, missionário por poucos anos também em nosso Comissariado, sabendo que o Arcebispo de Jaboticabal – Estado de São Paulo, Brasil – Sua Excelência Antônio Augusto de Assis, neste mesmo ano de 1945, tinha pedido para Roma sacerdotes para a sua diocese que encontrava-se com grande escassez de ministros de Deus, escreveu-lhe sugerindo que se dirigisse ao Rvmo. Pe Giacomo Lovine, Ministro Provincial da Província Minorítica de Nápoles e ele avisaria o próprio provincial.

Contemporaneamente, projetava-se na mesma Província a possibilidade de abrir uma fundação missionária também na Argentina. Várias circunstâncias, porém, fizeram com que para a Argentina descessem os frades menores milaneses e na direção do Brasil a Providência movimentou os franciscanos de Nápoles.

Ocorreu, de fato, que o sobrecitado bispo tratou com o Provincial de Nápoles para obter alguns sacerdotes, o qual em 06 de agosto escreveu ao Pe Pacifico Perantoni, Ministro Geral da Ordem, e este, com uma carta datada de 26 de agosto de 1946, um ano depois concedeu à Província Minorítica de Nápoles aquela Diocese como território de missão.

Assim começava a sua história a Fundação Franciscana do Sagrado Coração de Jesus no Brasil, colocando-se no quinto lugar entre os comissariados franciscanos desta grande nação, não contando as duas províncias amigas, e no primeiro lugar entre outras ordens e congregações desta região. E devia estender-se por todo o território da nova diocese de Jaboticabal, que atinge 225 Km² de extensão e possui mais de 200 mil habitantes, divididos em 24 paróquias, as quais eram dirigidas por apenas 17 ou 18 sacerdotes.

Tendo recebido o consenso do Rvmo. Definitório Geral de aceitar o território na Diocese de Jaboticabal, escolhido o contingente missionário e feito o pedido para partir em missão, os primeiros dez frades deram os passas necessários para a regularização dos passaportes.

O Pe. Roque Biscione recebeu a obediência como superior daquele primeiro grupo missionário assim composto de cinco irmãos presbíteros e cinco irmãos leigos: Pe Roque Biscione, Pe Justino di Giorgio, Pe Eugênio de Rosa, Pe Marcelo Maniiia, Pe Januário Pinto, Frei Benedito Faticato, Frei Frederico curatolo, Frei Leonardo Ferraro, Frei Angelo Ruggiero e Frei Berardo Paolino. Tudo pronto, os frades supracitados receberam o crucifixo de missionários no dia 16 de março de 1947, na Basílica de Santo Antônio de Roma; obtiveram uma audiência com o Sumo Pontífice Pio XII e uma outra com o Cardeal Alessio Ascalesi de Nápoles, depois de alguns dias. O navio Andrea Gi-itti deixou o porto portenopeo nas primeiras horas da noite entre o dia 2 e 3 de abril de 1947 e tocou o porto do Rio de Janeiro no dia 17 do mesmo mês.

Os frades foram hospedados por uma semana no convento franciscano de Santo Antônio – Largo da Carioca – da Província Franciscana da Imaculada Conceição de São Paulo e, por mais uma semana, ficaram como hóspedes no Convento de São Francisco — Largo de São Francisco, da cidade de São Paulo, sede da mesma Província Minorítica e, logo depois, de comum acordo com o bispo diocesano de Jaboticabal, prosseguiram até o destino final: a Paróquia do Bom Jesus de Guaraci.

Mesmo que Olímpia projetava-se e depois tornou-se a sede oficial do Comissariado, Guarací foi a primeira cidade a receber os missionários. A esta cidadezinha está ligada a famosa história da parada forçada dos missionários na Capital Federal e em São Paulo por duas semanas depois da chegada deles no Brasil, para que não se cumprisse a promessa do bispo Mons. Antônio Augusto de Assis, feita por escrito ao Rvmo Pe Jácomo lovine, de dar ao Comissariado o Santuário da Virgem Aparecida de Jaboticabal. De fato, consagrado recentemente o bispo coadjutor de Jaboticabaj Mons. Gabriel P. Bueno Couto, carmelita, a doação do Santuário em construção ao Comissariado não ocorreu mais.

Por interesse do supracitado bispo coadjutor, atualmente contagiado por uma doença incurável, exatamente naqueles dias chegaram da Europa, por via aérea, e tomaram posse “jure perpetuo”, os padres carmelitas, a cuja Ordem pertence o próprio bispo coadjutor.

Por graça de Deus aqui começa a descrição cronológica do Comissariado Franciscano do Sagrado Coração de Jesus de Olímpia; descrição que eu faço por minha iniciativa pessoal. In nomine Domine! Nos anos seguintes, até 1968, vieram outros missionário que foram assumindo trabalhos de evangelização no norte, noroeste e centro-oeste do Estado de São Paulo.

Os frades missionários quiseram logo acolher os meninos vocacionados e abriram um seminário em Bastos no início dos anos 50. Em seguida, iniciaram a construção do Seminário Nossa Senhora de Fátima em Mirassol. O primeiro religioso brasileiro da Custódia foi Frei Francisco de Medeiros, Olimpiense, e entrou em contato com os frades e foi logo para a Itália fazer a sua formação.

NO DECORRER DA HISTÓRIA …

Os frades da Custódia muito auxiliaram os bispos do Brasil, trabalhando em paróquias e promovendo a educação infanto-juvenil voltada à população de baixa renda, em creches, patronatos, educandários, conforme o carisma de São Francisco de Assis: vida evangélica em fraternidade, minoridade, contemplação, eclesialidade, missionariedade, promovendo a justiça, a paz e a integridade da criação. A missão exercida pelos frades acontece nas paróquias, na educação de menores menos favorecidos, pastorais específicas, comunidades eclesiais de base.

A Custódia hoje, é composta por frades brasileiros e está presente no norte, noroeste e sudoeste do Estado de São Paulo: Franca, Ribeirão Preto, Bebedouro, Olímpia, São José do Rio Preto, Marília e Garça. Também no Triângulo Mineiro: Araguari, Uberlândia e Uberaba.

A Custódia atende paróquias, dois educandários de menores carentes, um patronato, uma casa abrigo, três creches e dois conventos. Os frades também atuam em comunhão com outros membros da Família Franciscana, através da assistência carismática e espiritual: OFS, Clarissas e Congregações Franciscanas.

UNIÂO DOS FRADES DE SÃO PAULO E DO TRIÂNGULO MINEIRO

A Custódia do Sagrado Coração de Jesus ficou enriquecida com a união dos confrades da Fundação Nossa Senhora de Fátima, cujo território abrangia o Triângulo Mineiro e o Alto do Paranaíba.

Por decreto do Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores (Ordem Franciscana) e depois de transcorrido um processo de aproximação, houve a adesão dos franciscanos daquela Fundação a esta Custódia. Isto significa que eles passaram a integrar a Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus a partir do dia 30 de janeiro de 2015. A Custódia, por sua vez, ficou enriquecida de irmãos e tornou-se responsável pela evangelização num amplo território que abrange o Nordeste e Centro-Oeste do Estado de São Paulo, o Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba.

Em Assembleia reunida especificamente para o ato, no Convento Nossa Senhora dos Anjos em Franca, SP, houve a assinatura da ata desta união. Depois de transcorridos alguns dias de retiro orientado pelo Delegado Geral para este intento, Frei José Francisco de Cássia dos Santos, em clima de fraternidade, conclui-se o processo de anexação.

A partir desta data a Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus passa a constituir um número maior de frades que buscam trilhar, da melhor forma que podem, as pegadas do seráfico pai Francisco de Assis.